PSICANÁLISE E A AGRESSIVIDADE
As discussões sobre agressividade se apresentaram desde o princípio no discernimento freudiano. Assim, na “Psicoterapia da
histeria”, de 1895, essa problemática, pelo viés da questão da
resistência (Freud 1971a), no registro estritamente clínico. Nas
experiências analíticas de Dora (Freud 1971c [1905]) e do pequeno Hans (Freud
1971d [1909]), a agressividade foi inscrita no registro do sintoma, sendo então
responsável pela produção e pela reprodução desse.
Relembrando, a problemática que ainda não tinha elaboração teórica autônoma, no contexto do
discurso metapsicológico sobre as pulsões. Vale dizer, o discurso freudiano não
enunciou a existência de uma pulsão de agressão, como realizou Adler (cf.
Kauffman 1996), na medida em que a agressividade foi inscrita na oposição entre
as ordens do sexual e da autoconservação. Posteriormente, quando Freud
inscreveu a autoconservação no registro do eu – elaboração realizada em 1910, no
ensaio “As perturbações psicogênicas da visão numa perspectiva psicanalítica”
(Freud 1973b [1910]), culminando no conceito de narcisismo em 1914 (Freud
1973d [1914]) –, a agressividade continuou a ser ainda concebida no contexto
metapsicológico.
Agressividade em psicanálise, nos lembra, o texto de 1929,
Mal-estar na Civilização, no qual Freud reconhece na agressividade inata do
homem o principal fator de ameaça à vida em sociedade. No entanto, as coisas nem
sempre foram assim.
Contudo, a agressividade se constituiu como um
problema com o qual Freud debateu por muito tempo, sendo que,
desde os primeiros momentos, tenha reconhecido e valorizado a incidência das
tendências hostis como algo inerente à especificidade do tratamento analítico.
Na psicanálise, de acordo com sua colocação
diferenciada dos motivos, despertam-se todas as moções [do paciente], inclusive
as hostis... são aproveitadas para fins de análise, (1905[1901]).
A partir de 1920, formulada a
segunda teoria pulsional, a agressividade foi reconhecida como uma pulsão
específica, funcionando, sendo então, como outro nome dos
impulsos da pulsão de morte, cuja finalidade é a destruição.
Há duas classes diferentes de
pulsões: as pulsões sexuais, percebidos no mais amplo sentido – (Eros) e
(Pulsões Agressivas), com finalidade é a destruição, (Freud, 1933[32]).
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